Desde o início da crise no Brasil, houve grave aumento no número de pessoas em situação de rua. Em Florianópolis, o número dobrou de 250 para 500 no período entre 2012 e 2017, de acordo com pesquisa realizada pela própria prefeitura. Em 2020, com a crise econômica e a pandemia, o crescimento de pessoas nessa situação se ampliou. Como resultado, vemos o aumento de todo tipo de violência do Estado contra essa população.
O discurso típico dos políticos e da mídia, que trata o problema pela via da moral individual ou da caridade, não dá conta desse fenômeno. Na verdade, a situação é efeito necessário do sistema capitalista. É a lógica de uma sociedade na qual o trabalho é regulado pelo lucro de poucos e pelo medo da fome da grande maioria, onde um número de desempregados é sempre requerido para disciplinar os trabalhadores, diminuir os salários e manter os lucros elevados. Parte destes desempregados não encontra mais espaço de inserção no mercado de trabalho e com isso cai no desalento.
O caso de Florianópolis não é exceção: nossa cidade perdeu 20 mil postos de trabalho apenas em 2020 e, ao mesmo tempo, viu aumentar vertiginosamente os casos de pessoas em situação de rua. Por aqui, o agravante é também o absurdo da especulação imobiliária, que drena para os aluguéis até 30% da renda média dos trabalhadores, fazendo com que mesmo uma parcela da população empregada tenha na falta de moradia um medo constante.
Nossa candidatura se compromete, como forma de combater o desamparo, com a luta pela ampliação do Sistema Único de Assistência Social (SUAS), do atendimento psicossocial e do serviço público como um todo; com o combate à especulação imobiliária, pelas moradias populares e agricultura urbana; e com a luta sindical por melhores salários e pelo pleno emprego. Todas essas lutas mediadas pela mobilização, organização e politização dos trabalhadores em direção à Revolução Social, única forma real e efetiva de pôr um fim na exploração e no desalento que atravessa o cotidiano da classe trabalhadora brasileira.